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 | 03/07/2008 20h04min

Ingrid diz que recebeu das Farc tratamento indigno até para "um animal"

Ex-refém da guerrilha colombiana ainda não sabe o que fará

A franco-colombiana Ingrid Betancourt, libertada na quarta-feira após quase seis anos e meio em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), não sabe o que fará no futuro, além de lutar pela libertação dos reféns da guerrilha. Ela disse nesta quinta-feira ter recebido um tratamento desumano na selva onde se refugiam os guerrilheiros, indigno até para "um animal".

— Esta liberdade me chega subitamente. Ainda estou sob a anestesia do choque. Não sei o que farei no futuro. Tinha me programado para mais quatro anos na selva — disse a ex-refém ao correspondente do canal France 2 em Bogotá, capital colombiana.

A ex-candidata à presidência da Colômbia, de 46 anos, foi libertada com mais 14 reféns, em uma operação do exército colombiano. Ao ser perguntada sobre se vai morar na França ou na Colômbia, Ingrid, que chegará amanhã a Paris, disse que "o ideal" seria ter "o dom da ubiqüidade, poder estar na França e na Colômbia", embora isso "não seja possível".

— Não sei o que farei. Ficarei na Colômbia? Talvez. Mas, certamente, também irei à França com freqüência — acrescentou.

Apesar da dúvida, no momento, a franco-colombiana quer ficar "um pouco" na França e voltar para a Colômbia. Depois, tomará decisões "em função das necessidades" de seus filhos e de sua mãe, Yolanda Pulecio.

Assim que as cerimônias e atos de boas-vindas terminarem, a primeira coisa que Ingrid revelou que fará será se recolher com seus filhos por uns dias, "ficar em família, na felicidade absoluta". A respeito da intenção de voltar a ter um papel público de destaque, a ex-refém comentou que seu compromisso pessoal de lutar pela libertação dos seqüestrados que continuam na selva é "absoluto", embora ainda não saiba "como fazê-lo".

Ingrid disse que quer lutar por todos aqueles no mundo que sofrem com seqüestros, "criar correntes, movimentos, chegar ao coração" das pessoas, explicou. Sobre se permanecerá na política ou participará de eleições, afirmou que, "neste momento", não tem uma resposta.

Rodrigo Lopes comenta a libertação de Ingrid Betancourt

EFE
 
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